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beagle racaAdotar um cão para que ele viva em apartamento é uma decisão que deve ser muito bem avaliada. Adotar um Beagle exige três vezes mais avaliações. Somos criadores e não vendedores de cães, e percebemos que muitas pessoas compram o cão com desculpa de que é um presente para os filhos pequenos, mas, na realidade, são elas mesmas que amam e adoram cães e querem de fato um animal de estimação – ISSO É ÓTIMO! Porém… Quem passeará com ele TODOS OS DIAS para que não se estresse e se torne um cão obeso, barulhento e você acabe não tendo o que fazer com ele? Já vimos muitos casos de cães comprados para viver em apartamento e os donos, até por falta da informação correta, não conseguem educá-los na fase mais difícil (6 a 14 meses). Os resultados são desastrosos, e não podemos culpar os cães. Além dos passeios, você deve ter consciência de que um cão criado dentro de casa pode causar alguns problemas. O Beagle é um cão extremamente ativo, que se encaixa muito bem no convívio com pessoas também ativas, estando sempre disposto a brincar e a passear MUITO. Se as tarefas forem distribuídas entre todos na casa, fica consideravelmente mais fácil ter um Beagle. Mas antes de tomar a decisão definitiva, o mais importante e primeiro lugar na lista de avaliação: todos na casa devem estar de acordo e estar cientes de alguns fatos relacionados ao cão. A seguir, vamos abordar alguns assuntos com o objetivo principal de iniciar a conversa entre os responsáveis pelas decisões na casa. É impossível abordar todos os assuntos, mas temos certeza de que o texto servirá como uma orientação inicial.

Slide2Estejam cientes de que acontecerão “acidentes”. Isso é normal e deve ser tratado de maneira que não crie mal-estar entre os habitantes da casa. Chamamos de “acidentes” um lixo revirado, um sapato destruído, uma almofada rasgada, um xixi no sofá, o pé de algum móvel roído, a gaveta de roupas íntimas virar cama ou o rolo de papel higiênico dando nó nos pés da mesa da sala… Aproveitem para rir agora, enquanto isso ainda não aconteceu. Beagles são capazes disso e muito mais quando ficam confinados, sozinhos e se sentem abandonados. Ou seja, a maior parte dos acidentes são evitáveis com soluções simples que, por uma questão de organização, daremos ao final do texto. Vamos em frente.

  • Vizinhos e o condomínio. Informe-se sobre as regras do condomínio a respeito de animais e observe suavemente se algum vizinho é daquele tipo extremamente chato. Barulho e latidos podem ser realmente irritantes se não forem prontamente controlados. Um Beagle confinado e sem a presença de pessoas por longas horas pode se tornar barulhento e destrutivo. Nesse caso, companhia de outros cães não serve, podendo até piorar a situação.
  • Lixo, assim como armários de roupa e comida devem ser áreas restritas aos Beagles. O instinto glutão faz com que muitas coisas que não são comida se tornem comida. Antes da chegada do cão, é importante ter locais de armazenamento de lixo e mantimentos bem isolados, que não permitam o acesso do animal.
  • Cheiro e pelos são comuns no ambiente interno onde vive o cachorro. Em geral, cães de pelagem longa soltam muito menos pelo que os de pelagem curta. No caso do Beagle, o banho tem uma frequência recomendada de cerca de 15 a 20 dias de intervalo. Podem ser dados em casa ou em pet-shops, desde que sejam usados shampoos ou sabonetes adequados. Nós, em particular, preferimos usar sabonetes com ação anti-parasitária e anti-alérgica. São um pouco mais caros, mas o preço da prevenção é muito mais baixo que o do tratamento ou problemas na casa. Cães não são humanos e, no caso dos Beagles, banhos muito frequentes podem estimular a queda de pelos e irritação no couro, provocando caspa e irritação das glândulas sebáceas que provocam mau cheiro.
  • Viagens são outro ponto muito importante. Quando for viajar, o que será feito com o cão? Ele ficará em casa sob os cuidados de quem? Viajará com a família? O hotel permite animais? A viagem será por terra ou ar? Companhias aéreas têm regras rígidas de transporte de animais (consulte nossa página a respeito de transporte). Caso seja necessário deixá-lo em algum hotel para cães, peça muitas referências, conheça o local com antecedência e não fique preso somente ao preço da hospedagem – avalie as instalações, comida, área de lazer, capacidade dos profissionais… Enfim, tudo o
    que você julgar importante. Programe tudo com antecedência suficiente e sempre tenha um plano B.

Agora sim. Já que demos muitos pontos para a família e os responsáveis avaliarem (filhos também podem ser responsáveis), vamos às soluções. Quase todos os “acidentes” que citamos no início, assim como o controle de latidos e barulhos, a destrutividade e a altamente indesejada agressividade, podem ser resolvidas de forma simples: ATIVIDADE FÍSICA REGULAR e GUIA (coleira). Em outras palavras, canse seu Beagle (mesmo!) e não use (mesmo!) a coleira peitoral nos momentos em que precisar controlar seu cão. Vamos fazer um parêntese para falar rapidamente sobre as coleiras. A coleira correta é a de pescoço do tipo enforcador (não se assuste com o nome), feita de corda de nylon. Explicando: a coleira peitoral é feita para cães de tração de trenó e, ao invés de ajudar, atrapalha o adestramento. As coleiras enforcadoras de corrente metálica travam entre os elos, diminuindo bastante o controle justamente quando você mais precisa dele. As coleiras de couro são indicadas para filhotes, com Jacko objetivo de acostumar o cão com um objeto no pescoço nas primeiras vezes, mas, assim como os enforcadores de corrente, não permitem um bom controle do cão em situações anormais. A coleira é o melhor material de adestramento à sua disposição. Durante os passeios, ela representará sua liderança e controle. Mesmo para cães que vivem em casa e tem amplos espaços para se exercitar, recomendamos passeios frequentes exatamente para reforçar o vínculo de liderança em controle do dono. Voltando ao assunto, atividade física é algo absolutamente imprescindível para o Beagle – lembre-se: Beagle = cão de caça a lebres = atividade física intensa e regular. Isso está na construção genética da raça. Já dissemos isso anteriormente, mas vale nova ressalva: se optar por ter um Beagle, a família deve estar preparada para sair com ele duas, três ou até quatro vezes ao dia, sendo que pelo menos uma dessas saídas deve ser mais longa e intensa, com o objetivo de deixa-lo realmente cansado. Aproveite, ajuste sua dieta e comece junto! Passear com seu Beagle regularmente beneficia: – o cão, que se tornará pacífico, calmo, obediente, magro e saudável, pouquíssimo destrutivo, carinhoso e muito companheiro; – a família, uma vez que a distribuição de responsabilidades reforça os laços e comprometimento entre seus membros; – as pessoas da casa, individualmente, porque serão “obrigadas” a fazer um mínimo de atividade física ao passear com o cão. Não custa lembrar que a média de vida de um Beagle é de 12 a 15 anos se bem cuidado e saudável. Durante todo esse período, a família terá que passear com ele todos os dias, faça chuva ou faça sol, vaciná-lo anualmente, vermifugá-lo a cada 4 ou 6 meses, usar ração de qualidade para que a queda de pelo e a dentição não se tornem problemas sérios, dar banhos em média a cada 15 dias, etc, etc, etc… Em contrapartida, seu cão lhe sairá um super-hiper-mega-plus-turbo companheiro carinhoso e atencioso, que em boas condições marcará a existência da família em seus momentos mais felizes.

E para finalizar, deixamos uma valiosa dica: reúna a sua família, exponha todos os prós e contras de se ter um cão, detecte quem se disponibilizará a ter os cuidados e delegue funções (quem faz o quê e quando). Temos excelentes notícias de pessoas que fizeram um “contrato” escrito com os filhos para que todos se ajudem, tornando fácil e prazeroso ter um cão em casa. Os resultados têm sido nada menos que surpreendentes. Boa sorte nas suas escolhas!

*Agradecimento especial à Mayana Henrique e ao Rodrigo pelas fotos do Muchacho (MBK G2 Gastón) e do Jack (MBK L2 Linus) pelas fotos em ambientes internos.

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