INICIALMENTE gostaríamos de esclarecer que o objetivo deste texto não é discutir todos os assuntos relacionados à infância do seu cão, mas fazer um apanhado geral para que assuntos básicos e pontos de dúvida da grande maioria dos novos proprietários seja esclarecido. A convivência e manejo são características individuais e se desenvolvem a partir da relação entre cada dono e cada cão, a partir das situações vividas. Com as dicas a seguir temos o objetivo de apenas facilitar o caminho e tornar esta experiência mais prazerosa.
Esperamos ajudar!
Vamos começar pela preparação. A chegada do filhote exige, sim, preparação da casa e das pessoas para que a adaptação seja tão suave quanto possível. Parece um tanto óbvio, mas algo tão básico é esquecido pela grande maioria das pessoas: comedouros, bebedouros, cama e proteções para porta ou cercados. Comedouros e bebedouros devem ser adequados ao tamanho do filhote e bem resistentes, a não ser que você pretenda trocá-los frequentemente. Filhotes adoram brincar, e com certeza adorarão roer e destruir as vasilhas enquanto você não estiver por perto. Por aqui, resolvemos definitivamente o problema investindo em vasilhames de alumínio escovado, que parecem panelas sem cabos e já duram vários anos, resistindo a incontáveis ninhadas. Por experiência, não recomendamos aqueles comedouros com fundo pesado de areia porque os cães furam as bordas e elas acabam ficando com arestas perigosas e cortantes. A cama deve, preferencialmente, ser resistente e de material durável, ou poderá se tornar objeto de destruição assim como vasilhas de plástico – madeira ou plásticos resistentes são ideais para a função, e o plástico ainda leva vantagem por ser totalmente lavável. Cercados ou separadores de porta podem ser extremamente úteis, principalmente em horários nos quais o filhote precise ficar sozinho e isolado em uma área delimitada da casa – avalie sua necessidade e providencie antecipadamente. Evite o improviso neste caso ou as consequências podem ser catastróficas – perdoem o exagero na palavra, mas muitos não têm ideia do que um filhote pequeno é capaz de aprontar, e não interessa a raça! Avisos em produtos de limpeza que dizem: “Mantenha fora do alcance de crianças e animais domésticos” nunca foram observações tão bem feitas, especialmente para cães que vivem dentro de casa.
O que chamamos de adestramento básico é fazer as necessidades no lugar certo, ser bem educado dentro de casa e passear sem levar o dono arrastado. Ensinar a fazer as necessidades nos locais corretos é um desafio e deve ser ensinado o quanto antes – segue a dica: o filhote acostumará a fazer xixi e cocô no mesmo local desde que sinta o cheiro característico. Para ensiná-lo a procurar o local correto, suje uma folha de jornal com o cheiro de xixi e coloque-a por baixo de outras limpas. Importante: seu cão não fará xixi ou cocô em uma folha já suja nem tampouco em locais próximos à sua comida ou água. Mantenha sempre uma folha limpa, mesmo que em dois locais diferentes. Da mesma forma, não se pode deixar nenhum resquício de odor em locais inadequados, já que será um atrativo para a próxima vez. Outra dica importante: as associações ocorrem com reforço positivo (elogios quando faz o correto) e não com reforço negativo (broncas ou palmadas), apesar de em alguns momentos o filhote nos testar até o limite da paciência e realmente pedir umas palmadas. Você deve decidir a melhor maneira de educar seu filhote e em qual momento deve fazer o reforço positivo ou negativo. Com o tempo você aprenderá que os cães farão ou deixarão de executar certas ações para chamar sua atenção.
A alimentação do filhote talvez seja o ponto mais importante de todo este texto. É absolutamente imprescindível que seja alimentado da maneira correta e com rações específicas para esta fase da vida. Não ofereça nenhum (nenhum mesmo) outro tipo de alimento, principalmente a base de chocolate (contém substâncias potencialmente fatais aos cães). Controle a quantidade de ração pela consistência das fezes, que devem ser sempre secas e firmes. Fezes pastosas e mau cheirosas são sinal de excesso de comida ou comida de baixa qualidade. A alimentação do filhote deve seguir, em geral, a recomendação do rótulo da ração que está sendo usada. Salvo em casos excepcionais ou sob supervisão do médico veterinário deve-se mudar o esquema de alimentação. Como regra básica, recomendamos a alimentação do filhote três vezes ao dia, com intervalos regulares de aproximadamente 6 a 8 horas entre as refeições. Para as pessoas que não tem essa disponibilidade de tempo ou quem possa colocar comida para o filhote na hora determinada, o jeito é alimentá-lo duas vezes ao dia, dividindo a quantidade recomendada pelo fabricante em duas porções iguais. O cão deve ser alimentado três vezes ao dia pelo menos até chegar aos 14 meses de idade, quando começa a ter traços de adulto. Quando adulto, procure alimentar seu cão duas vezes ao dia e não dar petiscos entre as refeições – é isto que cria ou piora casos de obesidade. Dê a melhor ração que puder comprar. Tenha em mente que uma ração mais cara durará muito mais tempo, e seu cão consumirá menos ração no mesmo período de tempo. Se a diferença de preço for pequena, não tenha dúvidas em comprar a ração de melhor qualidade. Escolha sempre a ração calculando o preço por quilo, já que embalagens pequenas fazem o preço por quilo ficar até quatro vezes maior que em embalagens grandes. Rações de alta qualidade fazem os filhotes crescerem mais saudáveis, mais musculosos, com ossos mais fortes e pelagem mais vistosa, além de deixá-los bem dispostos e saudáveis. Ao usarmos rações super Premium, é importante termos em mente que a quantidade usada deve ser menor, já que oferecerá grande quantidade de nutrientes e de alta qualidade em menos gramas. Pode estar certo que seu cão ficará satisfeito com menos ração e estará muito mais saudável.
Brinquedos devem ser oferecidos principalmente a cães que permanecem sozinhos ou ficam dentro de casa. O tipo de brinquedo vai variar de acordo com o gosto do cão e do dono, mas por motivos óbvios não devem lembrar sapatos, pés de móveis ou outros objetos que você não quer que o filhote destrua. Próximo ponto e regra número 1: “uma vez permitido, sempre permitido”. Se permitir que seu cão faça alguma coisa, ele dificilmente entenderá que uma hora pode, outra não. E estas regras são criadas e adotadas por você, e não por ele. Se seu cão se tornar um destruidor, pular em todos, ficar agressivo ou algo do gênero, muito provavelmente a culpa será sua. Então tenha a regra número 1 sempre em mente!
Passeios ou contato com outras pessoas estranhas à casa devem ser evitados até 20 dias após a conclusão do ciclo inicial de vacinas polivalentes. Filhotes em geral são muito sensíveis a doenças e cuidados nesta fase nunca são excessivos. O passeio deve ser sempre agradável. E sempre será você quem ditará o ritmo e a duração, cabendo ao cão acompanhá-lo. É, indiscutivelmente, a melhor forma de educar seu cão. Evite ao máximo a coleira peitoral – use sempre a de pescoço que lhe permite controlar o cão. Este tópico é bastante extenso e não poderemos falar sobre cada um dos assuntos específicos. A melhor coisa que você pode fazer é ler o livro “O Encantador de Cães” – Cesar Millan – nele você encontrará dicas de como treinar o elemento mais importante desta relação (você!).
Vermifugação: após o ciclo de vermifugação inicial que ocorre paralelo ao ciclo inicial de vacinação, o ideal é que aconteça a cada 4 meses (ou a critério do médico veterinário), independentemente do ambiente em que vive. Use sempre vermífugos de largo espectro e de boa confiabilidade. Mantenha contato com o veterinário e peça orientações sempre que tiver dúvidas.
Vacinação quando filhote:
– V8 (óctupla) aos 42 dias, seguida de 2 ou 3 doses de reforço a cada 21 dias, sempre seguindo a orientação veterinária, que pode mudar este calendário de acordo com necessidades específicas.
– Anti-rábica: de preferência 21 dias após a última dose de V8, quando o filhote estiver com peso e saúde adequados.
– Demais vacinas: verifique junto ao veterinário a necessidade de outras vacinas, já que pode haver surtos de doenças típicas sazonais ou específicas de determinada região geográfica.
Boa sorte e divirta-se!!! 😀
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